Em entrevista concedida a rádio 93 FM de Alagoinhas, o bispo diocesano comentou sobre a Campanha deste ano que trata sobre Ecologia Integral e desafios ambientais globais
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Dom Francisco Vidal |
Na manhã desta quinta-feira, 06, o bispo da Diocese de Alagoinhas, Dom Francisco de Oliveira Vidal, concedeu entrevista ao programa Canal Aberto, da rádio 93 FM de Alagoinhas, sobre a Campanha da Fraternidade de 2025, que tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”.
Celebrada nacionalmente desde 1964, a Campanha da Fraternidade, de acordo com a CNBB, é uma forma de a Igreja Católica no Brasil vivenciar o período da Quaresma em preparação para a Páscoa, com atitudes de oração, jejum e caridade.
A Campanha da Fraternidade tornou-se uma expressão de comunhão, conversão e partilha: comunhão na busca por construir uma verdadeira fraternidade; conversão na disposição de deixar-se transformar pela vida iluminada pelo Evangelho; e partilha como testemunho do Reino de Deus, recordando a ação da fé, o esforço do amor e a constância na esperança em Cristo Jesus.
Em 2025, a campanha trará para reflexão, durante o período quaresmal, questões ecológicas e ambientais, além da necessidade do cuidado com a natureza. Na entrevista, o bispo enfatizou os problemas ambientais enfrentados atualmente no mundo, sobretudo no Brasil.
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Imagem: Divulgação |
“O tema da Ecologia Integral tem tudo a ver com o Evangelho. Vamos discutir sobre o planeta, que é a casa comum de todos nós. Se ele entra em colapso, toda a raça humana estará comprometida”, declarou o bispo.
Dom Vidal destacou diversos desafios ambientais que afetam a humanidade. “Precisamos, enquanto sociedade, aprofundar o debate sobre a preservação das florestas, das matas ciliares e das águas; o cuidado com os povos originários; a subsistência do nosso planeta; as questões atmosféricas; as mudanças climáticas; o aquecimento global e o efeito estufa. Que planeta estamos preparando para as crianças e os jovens?”, questionou o bispo.
Ele também ressaltou que Alagoinhas possui uma das melhores águas do mundo e que é essencial cuidar das nascentes dos rios, dos córregos e do esgotamento sanitário. “A Campanha da Fraternidade é uma maneira de projetar o futuro”, afirmou.
Ao ser questionado pelo apresentador Adelson Filho sobre a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), que será realizada em novembro de 2025 no Brasil, na cidade de Belém (PA), e também sobre a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, decisão tomada pelo então presidente Donald Trump, Dom Francisco Vidal mencionou o atual desequilíbrio climático do país, especialmente no Rio Grande do Sul, que, em menos de um ano após uma grande tragédia ambiental, já apresenta novos sinais de ondas de calor.
“O planeta hoje encontra-se em desequilíbrio. A COP 30 será um grande encontro mundial sediado no Brasil. Infelizmente, o que observamos no cenário global é uma grande desarticulação política, onde esse tema não tem sido tratado como prioridade por algumas nações, como, por exemplo, os Estados Unidos”, pontuou o líder diocesano.
O bispo também comentou sobre o estado de saúde do Papa Francisco, que se encontra bastante debilitado e fragilizado. “É um momento muito delicado para o nosso pontífice. Fico muito doído com isso, pois tenho muito amor por ele”, declarou. Dom Vidal recordou ainda que foi o Papa Francisco quem o nomeou bispo e lhe concedeu a missão de liderar a Diocese.
“Francisco quebrou paradigmas na Igreja Católica. É um homem de uma sensibilidade extraordinária. Ele é a voz profética para a questão da Ecologia”, destacou.
Por fim, Dom Vidal anunciou que, no próximo domingo, dia 30 de março, o bispo Dom Vicente, da Diocese de Livramento-BA, estará em Alagoinhas para ministrar um simpósio relacionado à Campanha da Fraternidade de 2025.
“Dom Vicente esteve envolvido diretamente na questão do rompimento das barragens de Brumadinho, em Minas Gerais. Na época, ele era bispo daquela região e assumiu profeticamente a situação, sendo, inclusive, muito perseguido. A presença dele será de grande relevância para Alagoinhas”, concluiu Dom Francisco.