Nem bem terminou o processo eleitoral, que se encerrará em primeiro de janeiro com a posse do prefeito, vice e vereadores, a movimentação dos políticos já se volta para as eleições de 2026.
Tudo indica que teremos uma verdadeira batalha no escuro, pelo menos é o que sugere o resultado da última eleição, salvo se houver o alinhamento que nela se verificou, com governo e oposição de braços dados, juntos e amarrados.
Claro que, desta vez, não será nada fácil alinhar, afinal, Ludmilla Fiscina e Radiovaldo Costa devem lutar pela manutenção dos mandatos de deputados estaduais, encarando a possível candidatura do surpreendente Paulo Cezar, municiado pelos 37.397 votos obtidos na disputa para prefeito.
Se Ludmilla optar por uma cadeira na Câmara dos Deputados, ainda assim a situação se mantém estável, pois Joaquim Neto deve ser um candidato natural do seu segmento.
Acresce a isso a disseminação de candidaturas que vereadores e pretensas lideranças importam, defendendo postulantes de outros rincões, redundando em uma dispersão de votos que em nada ajuda o município.
Também na área federal observa-se uma situação bem complicada.
Paulo Azi e Joseildo Ramos tiveram participação discreta nas eleições passadas.
Azi nem tanto, sempre firme na média de seis a oito mil votos, mantendo viva a imagem política da família na cidade, embora seu principal reduto eleitoral seja na capital.
Ramos, com média bem superior, vem enfrentando uma variação junto ao seu eleitorado, a ponto de não ter conseguido eleger seu candidato a vereador.
Dos quadros locais, Luma Menezes credenciou-se em 2022, chegando a ameaçar o veterano Paulo Azi com seus 6.045 votos. No entanto, nomes de outros domicílios eleitorais, como Otto Filho, Cláudio Cajado e Márcio Marinho, podem contribuir para embolar o processo.
Sem esquecer que Joaquim Neto é um nome que pode (ou deve) entrar nesta concorrência.
Uma coisa é certa: o eleitorado de Alagoinhas tem capacidade para emplacar quatro deputados estaduais, como já aconteceu em 1959 (Bião de Cerqueira, Josaphat Azevedo, Mário Cravo e Murilo Cavalcanti), ou mesmo três, a exemplo de 1951 (Bião de Cerqueira, João Nou e Mário Cravo), 1975 (Bião de Cerqueira, Jairo Azi e Murilo Cavalcanti) e 1979 (Marco Antunes, Jairo Azi e Murilo Cavalcanti).
Votos para isso a cidade tem.
Falta bairrismo e bom senso, principalmente entre as lideranças políticas.
Neste diapasão, dois componentes podem ter muita influência na definição dos candidatos e no resultado.
Inicialmente, o posicionamento do futuro prefeito Gustavo Carmo, eleito por forte coligação composta por nove partidos, liderada pelo PSD, que lhe proporcionou 41.705 votos (50,09%), a segunda maior votação que um prefeito alcançou na história do município.
Depois, a ampla votação obtida pelo PSD nas eleições proporcionais, somando 28% dos votos válidos e elegendo cinco vereadores.
Vai ser um pleito muito interessante dentro de um panorama político completamente diferente, que deverá sofrer alterações no decorrer do tempo, em razão das dissensões e adesões que vão mexer com os interesses partidários e administrativos.
O tempo dirá!
Belmiro Deusdete