Ainda não encerrou-se a Olimpíada da França e os brasileiros assistem o mesmo filme, talentos pontuais acolhidos por algum centro esportivo raro ganham medalhas. Existe o auxílio financeiro do Governo Federal, mas ele só chega com o atleta já está praticamente formado, em reta final. A cobertura jornalística continua ufanista como se estivéssemos no 'top five' em termos desportivos no cenário mundial.
Sabemos que não é nada disso, mas a narrativa procura estabelecer este simulacro. Rebeca Andrade é a segunda melhor ginasta do mundo, mas nossa estrutura para prática ampla desta modalidade está muito distante dos países desenvolvidos. Por isto não temos uma constante, de dez em dez anos, surge um time competitivo, não se compara a outros países que estão no topo há meio século. O atletismo marca bem esta distância e a natação também. Parece que nesta edição da competição, nestes segmentos, parece que involuímos, no basquete idem, no vôlei masculino e, pasmem, no futebol.
Somos um país em que a massa não pratica esporte, sobretudo o segmento mais empobrecido. As academias de musculação estão cheias, mesmo assim um percentual muito grande está alheio a este exercício, ainda é um artigo de elite, mesmo com a adesão da classe média baixa. Esporte é saúde, todo mundo sabe disto, por isto mesmo é uma burrice nele não investir, se o fizesse, diminuiriam-se as filas do SUS. Esporte é saúde preventiva, assim como cultura é educação. Para cada centavo investido em cultura, aumenta-se o resultado escolar. O mesmo ocorre com o esporte com relação à saúde e seus benefícios vão além, aumentando inclusive a produtividade e o bem-estar, diminuição de violência etc.
Em Alagoinhas, na época das vacas magras, existiam times de todos os esportes e praticantes de várias modalidades atléticas. A verba municipal subiu geometricamente e o esporte desceu para a estaca zero. Comemoramos uma praça esportiva, construída com recursos federais, quando precisaríamos de uma delas, pelo menos, em cada bairro. Contudo, é preciso entender os aspectos culturais, o mundo virtual da internet e dos jogos eletrônicos afastam o jovem das quadras. Antes, mesmo poucas, viviam lotadas. Hoje o jovem precisa se voltar para o estudo para se inserir com sucesso no mercado de trabalho futuro. O que inquieta de fato é o tom ufanista das narrações globais, esta emissora só está interessada em telespectadores que lhe garantem os lucros advindos da publicidade. A Globo vampiriza nossos talentos tanto na dramaturgia quanto nos esportes e o tempo todo quer nos ensinar a viver a vida, como se pudesse.
Por: Paulo Dias/Jornalista
Pura verdade. Temos em Alagoinhas potenciais atletas, campeões mundiais, como o Gleiton Vivas no Karatê e não existe nenhum apoio do poder público para incentivar o esporte e dar condições dignas para treinamento e desenvolvimento de novos talentos.
ResponderExcluirNão tem política pública nessa área e é por isso que nós do partido NOVO chegamos na cidade e participaremos pela primeira vez nas eleições municipais.
Com a gente a história vai ser diferente, basta a população confiar e decidir experimentar a renovação com qualidade na política da cidade.