Redução da jornada de trabalho e outras pautas - a esquerda joga para a torcida - Por Paulo Dias

Confira o artigo do jornalista e colunista do Portal Pereira News

Foto: Reprodução / Freepik / Câmara dos Deputados 


A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) comemorou, nesta quarta-feira, 13, após a PEC que pede o fim da jornada de trabalho 6x1 (seis dias de trabalho por um de folga), de sua autoria, atingir o número de assinaturas necessário para ir ao plenário da Câmara. Na mesma levada, Lula institui o Dia Nacional do Maracatu, a ser comemorado em primeiro de agosto. Na Bahia, a ponte Salvador-Itaparica será retomada com o valor de R$ 11 bilhões, e Jerônimo Rodrigues envia projeto de lei para a Assembleia Legislativa para a criação da Delegacia de Combate à Discriminação Racial e Religiosa.

São todas pautas com viés de esquerda, realizadas para demarcar a fronteira do “nós contra eles”. Parece curioso que tais propostas surjam com a vitória de Donald Trump nos EUA e com o avanço da direita nas recentes eleições municipais. O PT dobra a aposta, no caso, a esquerda. Tudo isso está relacionado aos 40% de eleitores fiéis que possui. A mensagem é: “não desistam de nós, estamos no caminho certo; não seguimos a cartilha do capitalismo e viramos as costas para o mercado mesmo”.

Essa atitude de rebeldia adolescente já nos custou muito caro, como os 7% de retração econômica dos governos Dilma, mas não se aprende com os erros quando se trata da esquerda. Mesmo com os exemplos da Venezuela, da Argentina e de Cuba, “a economia a gente vê depois”. A proposta de redução da jornada de trabalho de 44 horas para 36 horas, obviamente, fará com que o empresário contrate mais; haverá redução do desemprego — isso é, sem discussão, positivo. Contudo, haverá retração do valor/trabalho, levando o empregado a recorrer ao mercado informal para complementar a renda. O “bico” se tornará mais concorrido.

Quanto ao Dia do Maracatu, parece outra decisão importante e justa. Quem discorda? Ninguém. Só que ela vem casada com a proposta da esquerda de dar ênfase a espetáculos, esquecendo-se da formação artística, relegada a quinto plano. O objetivo é dar oportunidade de trabalho ao artista militante, muitos deles decadentes e de qualidade duvidosa. Enfim, nada é pelo social; tudo é para o partido. Os recursos destinados à ponte Salvador-Itaparica resolveriam muitos problemas de saúde e educação, como a escassez de unidades médicas, falta de escolas em tempo integral, creches, etc. Mas a maior parte do custo será bancada pela construtora em troca da cobrança de pedágio, que, segundo a imprensa, ficará no valor de R$ 45,00 — nada barato para a população de baixa renda.

A Delegacia de Combate à Discriminação Racial e Religiosa é mais um sonho, resultado da necessidade de jogar para a torcida. Nem mesmo as Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (DEAMs) existem ainda em número suficiente; boa parte de nossas delegacias ainda serve como presídio, e falta muito para se implantar um combate inteligente ao crime. A esquerda vive descolada da realidade. Muitos já perceberam isso, no país e fora dele. Na Califórnia, a lei que considerava um delito leve roubar até o valor de U$ 950,00 foi revogada agora, nas últimas eleições. A esquerda dobra a aposta e se arrisca a se reduzir a um partido das elites culpadas.

Por: Paulo Dias - Jornalista e colunista do Portal Pereira News

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