Uma análise sobre uma provável nova força política
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Antes de começar, é importante que eu me apresente novamente: sou Gabriel Oliveira, bacharel em Direito e sempre tive interesse pela política, tanto em análises práticas quanto em um ponto de vista teórico. E, se você estiver se perguntando “Ah, será que não é o Gabriel da faculdade? Será que não é o Gabriel do colégio que debatia com os professores?” Eu respondo: sim, sou eu. Sigamos com a análise.
Findadas as eleições municipais de 2024, todas as cidades do Brasil já se encontram com seus novos chefes do poder executivo eleitos, o que permite uma análise das situações em que os partidos brasileiros se encontram. O pleito mostrou a desidratação de grandes legendas como o PSDB, que se revelou fraco no seu principal reduto (São Paulo), perdendo em 152 municípios do estado, incluindo a capital. O partido também já discute a possibilidade de fusão com outras legendas para que sua força política não se enfraqueça ainda mais.
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O PT também apresenta uma progressiva perda de força nas urnas. Embora a legenda tenha saído vitoriosa em um número razoável de municípios (252 prefeituras), o resultado ficou bem abaixo dos números que o partido alcançava no passado, como nos tempos da gestão Dilma Rousseff. Esse fato coloca em dúvida o potencial do partido nas próximas disputas eleitorais.
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Apesar das dificuldades enfrentadas pelo PT e pelo PSDB, o pleito de 2024 mostrou que os altos e baixos da política podem enfraquecer alguns grupos enquanto fortalecem outros. Nesta eleição, foi notória a ascensão dos partidos de direita, centro-direita e dos partidos “catch-all”, como o MDB, que conquistou 853 prefeituras, incluindo grandes cidades, como São Paulo, que reelegeu Ricardo Nunes (MDB). No entanto, em um grande número de municípios do país, ao lado ou abaixo da foto do candidato vencedor, uma sigla de três letras estava presente, desbancando até mesmo o MDB: a sigla PSD.
O Partido Social Democrático (PSD)
O PSD, sigla para Partido Social Democrático, foi fundado em 2011 pelo então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e pelo vice-governador do estado, Guilherme Afif Domingos (ambos filiados ao DEM). A legenda nasceu como resultado de desentendimentos dentro do grupo político do PFL (que havia mudado seu nome para Democratas com o intuito de modernizar o partido).
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Vale destacar que, juridicamente, havia um cenário que incentivava a criação de novas legendas, como a Resolução nº 22.610/07, que determinava que os parlamentares só poderiam migrar de partido em caso de fusão, incorporação ou criação de novas legendas. Já na primeira eleição em que concorreu, o PSD mostrou sua força, elegendo, em 2012, o quarto maior número de prefeituras do país (412).
Imagem: Logo PSD
Nas eleições municipais de 2024, o partido obteve um resultado expressivo, elegendo o maior número de prefeituras do pleito, com 887 prefeitos eleitos, incluindo capitais como Belo Horizonte, onde o prefeito Fuad Noman (PSD) foi reeleito com 53,73% dos votos, e Curitiba, que elegeu Eduardo Pimentel (PSD) com 57,64% dos votos válidos.
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Foto: Reprodução / X - Eduardo Pimentel
Atualmente, o partido conta com 42 deputados federais e 14 senadores, além de ocupar três ministérios no Governo Federal. O PSD, portanto, surge como uma força política que cresce em relevância política e eleitoral, o que nos leva a refletir: será este o novo protagonista das eleições vindouras? Em 2026, o partido será um apoio determinante como base de sustentação? Tais perguntas exigem observação, mas uma coisa é certa: o PSD ganhou peso e deverá ser acompanhado de perto nos próximos anos.
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