Baixa renovação e velhas práticas nas eleições para vereador em Alagoinhas - Por Paulo Dias

Houve renovação, mas também não houve na Câmara de Vereadores de Alagoinhas. Na eleição de 2020, apenas seis vereadores se reelegeram; desta vez, foram 11. Dos seis recém-ingressados, apenas três podem ser considerados realmente novos: Xandinho (1.754 votos), Gleyser Soares (1.491 votos) e Anderson Xará (1.494 votos).

Mesmo com mais de 800 votos, ficaram de fora candidatos como Gode (1.479 votos), Anselmo Bal (1.464 votos) e Márcio da Cavada (1.077 votos). Outros como Arão (1.486 votos), Paulo Codoro (846 votos) e Edy da Saúde, que obteve 1.861 votos, também não conseguiram uma cadeira, com Edy ficando com a primeira suplência do PSD. Retornam à Câmara Caio Ramos (2.080 votos), Edésio (1.574 votos) e Darlan (873 votos). Experiente, Edésio tem chances de ser presidente da Casa ou, no mínimo, de compor a mesa.

O grande vencedor foi Cleto da Banana, com 3.405 votos. Ele ainda organizou o chapão que reelegeu 10 vereadores. Com isso, ele se fortalece para, possivelmente, assumir pela terceira vez a presidência da Câmara de Vereadores. Entre os possíveis concorrentes estão Anderson Baqueiro (2.250 votos), que especula-se ser o preferido de Gustavo Carmo e de Juracy, e Jorge da Farinha (2.429 votos), que teria o apoio de Raimundo Queiroz. O recorde de votos para o Legislativo ainda pertence a Budog, que em 2008 obteve 3.876 votos, mas desta vez conquistou apenas 68 votos. Raimunda Florêncio vai para sua oitava legislatura, um feito realmente histórico. A bancada feminina foi reeleita, com Juci Cardoso, Raimunda Florêncio, Luma Menezes e Jaldice Nunes. Luciano Almeida, defensor dos animais, do esporte e das pessoas com deficiência, está indo para sua terceira legislatura.

Um dos poucos partidos a atingir o coeficiente eleitoral foi o PSD, que conquistou cinco vereadores, formando a maior bancada da Casa desde 2005. O restante dos eleitos veio da segunda rodada. Nessa fase, Luma Menezes (1.783 votos) quase não conseguiu a reeleição, mas o PDT reagiu e alcançou 80% do coeficiente. Thor de Ninha mostrou força e venceu a disputa contra Tárcio Mota, queridinho de Joseildo Ramos e do governador Jerônimo. Mota ficou com a suplência da federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), seguido de João Henrique, que investiu pesado, mas sem sucesso. O Prof. Arão (1.486 votos) ficou com a suplência do PP, desbancando Gilson Guimarães (1.244 votos). O suplente do União Brasil é o empresário de Riacho da Guia, Osvaldo Tó (1.087 votos). Jonatan (349 votos) conquistou a suplência do PDT.

Em um cenário em que, globalmente, a política é cada vez mais definida pela internet, o que prevaleceu entre os vereadores eleitos foram as velhas práticas: dinheiro, cargos, clientelismo, cabos eleitorais e boca de urna. Há relatos de votos comprados por R$ 250,00 e vereadores que mantinham equipes de 50 cabos eleitorais com pagamentos mensais. A influência em órgãos governamentais, onde a troca de favores é uma moeda eleitoral, também pesou. Não há mais lideranças comunitárias nem profissionais destacados em suas áreas de atuação. A cidade cresceu, e o boca a boca e os formadores de opinião perderam força. Agora, é a comunicação de massa que domina, mas o que fala mais alto ainda é o dinheiro.

Nem os comunicadores famosos, como Marcus Aragão (441 votos) e Reinaldo Silva (344 votos), tiveram chances, ficando com votações muito abaixo do esperado. Grandes lideranças do passado também sucumbiram ao fenômeno que tornou esta uma das eleições mais caras da cidade. Pedro Marcelino (410 votos), ex-vice-prefeito da cidade, Jorge Mendes (538 votos), ex-vereador por várias legislaturas, o pai do prefeito de Aramari, Genival Cardoso (597 votos), e Budog (68 votos) ficaram abaixo de 600 votos.

Foto: Divulgação / Câmara de Alagoinhas
Por: Paulo Dias - Colunista do Portal Pereira News

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