O primeiro debate entre a candidata democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump, que disputam as eleições presidenciais nos EUA, acontece nesta terça-feira (10). O evento é realizado pela rede ABC News.
O que esperar do debate
• Trump terá adversária mais difícil que Biden. No último debate, o então candidato democrata Joe Biden balbuciou muitas de suas respostas e mal conseguiu terminar algumas frases, parecendo desorientado. Enquanto isso, Trump pôde dizer o que quis sobre o atual presidente, que não conseguiu se defender adequadamente. Agora, Trump encontra uma adversária mais jovem e mais preparada para sua retórica ofensiva, conhecida por realizar perguntas ácidas contra os membros do governo apontados pelo ex-presidente republicano. Será a primeira vez que os dois se encontram pessoalmente.
• Alvos de disputa, microfones ficarão fechados enquanto outro candidato fala. Durante a organização do debate, Kamala Harris pediu que os microfones ficassem abertos a todo momento, mas a equipe de Donald Trump insistiu na regra para que o republicano participasse do encontro na ABC News. Historicamente, microfones sempre ficam abertos em debates entre candidatos americanos. O debate desta terça-feira será uma exceção.
• Porta-voz de campanha de Kamala avalia que a regra protege Trump. Em entrevista ao site Politico, Brian Fallon afirmou que "[A medida] servirá para proteger Donald Trump de trocas diretas com a vice-presidente. Suspeitamos que esta seja a principal razão para a insistência da sua campanha em microfones silenciados", opinou.
Preparação dos candidatos
• Kamala passou últimos dias em "quarentena de debate". Segundo o Washington Post, a democrata passou quatro dias em uma simulação de debate, que contou com um "falso Donald Trump", que a atacou com acusações duras e comentários ofensivos. Assessores de Harris montaram falsos púlpitos e realizaram horas de perguntas que poderiam ser realizadas à candidata.
• Trump tomou abordagem mais leve em preparação. O republicano passou seu fim de semana em seu clube de golfe em Nova Jersey, e preferiu realizar algumas "sessões de política" com seus assessores e aliados do que realmente treinar para o debate. Segundo o WP, o ex-presidente participou de cerca de meia dúzia de sessões nas últimas semanas, revisando o histórico político de Harris em sua campanha presidencial de 2020 e praticando como responder a uma esperada enxurrada de ataques ao seu caráter.
• Debate será realizado na Pensilvânia. A escolha do local não é por acaso: a Pensilvânia é um estado roxo, ou seja, varia quem escolhe nas eleições, elegendo tanto republicanos quanto democratas, geralmente por margens acirradas. Por isso, os estados recebem o apelido de "roxos", pois representam a mistura entre os partidos vermelho (Republicanos) e azul (Democratas).
• Pesquisas da última semana mostram queda de vantagem de Kamala Harris. Em alguns casos, a democrata apareceu com poucos pontos à frente do republicano. Em outros, os dois estiveram empatados tecnicamente.
Regras do debate
• O debate começará às 21h no horário local (22h de Brasília) e terá uma duração de 90 minutos. Será transmitido ao vivo pelo Disney+, pelo ABC News Live e pelo YouTube da ABC, e terá dois intervalos comerciais.
• Apenas moderadores podem fazer perguntas. Nenhum tópico ou pergunta será compartilhado antecipadamente com nenhuma das partes.
• Participantes não farão comentário de abertura. Cada candidato terá dois minutos para responder a uma pergunta. Será concedido um minuto adicional para quaisquer "comentários, esclarecimentos ou respostas adicionais", segundo as regras de procedimento.
• Nenhum candidato pode levar anotações prévias. Cada um ficará atrás de um púlpito, e terá à sua disposição apenas uma caneta, algumas folhas de papel e uma garrafa de água. Assessores dos candidatos não poderão falar com eles nem durante o debate, nem durante os intervalos comerciais.
• Candidatos terão dois minutos cada para apresentar conclusões. Após um sorteio, Trump ganhou o direito de escolher falar por último.
Foto: Tom Brenner / Evelyn Hockstein / REUTERS
Por: Thiago Bomfim / Portal UOL
