Com notas dramáticas e muita superação, o Brasil segue vivo na luta pelo ouro olímpico inédito. Após uma fase inicial abaixo, a Seleção Brasileira superou expectativas e eliminou a forte França nas quartas de final do futebol feminino neste sábado (3). Com direito a defesa de pênalti de Lorena e gol de Gabi Portilho, a equipe venceu por 1 a 0 e continua a busca pelo lutar mais alto do pódio. Agora, terá a chance de se redimir no reencontro com a Espanha, que vale vaga à final.
Em busca da melhora no desempenho, Arthur Elias promoveu sete alterações no time titular, além de mudar a formação tática — saindo do 3-5-2 para o 4-4-2. Na defesa, apenas a goleira Lorena e a zagueira Tarciane foram mantidas entre as titulares. As laterais ganharam os reforços de Thaís, na direita, e Yasmim, na esquerda. Enquanto a capitã Rafaelle, recuperada de desconforto na coxa, retomou a vaga entre as 11.
No meio de campo, Duda Sampaio ganhou a companhia de Ana Vitória, e ambas atuaram mais recuadas, enquanto Adriana e Portilho foram adiantadas por Arthur Elias. À frente, duas centroavantes de origem, Jheniffer e Gabi Nunes, eram as esperanças de gol do Brasil.
O Brasil parecia sentir a pressão da torcida no início da partida, e empilhava erros de passes. Foi em uma dessas bobeadas que a França teve vantagem. Aos 10 minutos, a bola foi lançada para Cascarino. Rafaelle e Tarciane se atrapalharam, e a atacante francês ia ingressando sozinha na área. Na tentativa de desarmar, Tarciane cometeu a falta e a arbitragem assinalou penalidade máxima.
Era o Brasil, mais uma vez, dependendo de Lorena. E ela, mais uma vez, salvando a Seleção. Karchaoui cobrou no cantinho direito, e a goleira do Grêmio foi buscar. A confiança da equipe de Arthur Elias estava renovada para a sequência da partida.
As chances do Brasil eram todas pelo direito, com Gabi Portilho, e em lançamentos longos. Foi assim que a Seleção chegou aos 32, com a atacante tentando o cruzamento à área, mas parando na zagueira Wendie Renard, e aos 41, após Duda Sampaio lançar e Portilho demorar a tomar a decisão, sendo desarmada pela defesa francesa.
A melhor oportunidade do tempo inicial foi da França. Aos 39 minutos, Bacha cobrou escanteio pela direita, Mbock cabeceou da pequena área e acertou o travessão. Na sequência, o Brasil conseguiu afastar o perigo.
Os 45 minutos decisivos
Na etapa complementar, Brasil voltou decidido a classificar no tempo normal. Logo no primeiro minuto, Gabi Portilho serviu Adriana pela direita. A atacante brasileira finalizou cruzado e exigiu defesa da goleira com a ponta dos dedos. A bola sobrou para que Yasmim cruzasse para Jheniffer, na área, cabecear para fora.
Aos 8 minutos, Arthur Elias teve de fazer uma substituição forçada. Rafaelle sentiu, e saiu de campo lesionada. Por conta disso, Tamires foi para o jogo e assumiu a lateral esquerda, com Yasmim atuando na zaga, ao lado de Tarciane.
A França voltou a levar perigo aos 13 minutos. Cascarino cruzou pela direita e a bola encontrou Katoto, na área. Aartilheira francesa subiu sozinha e cabeceou por cima do gol de Lorena.
A resposta brasileira veio quatro minutos depois, em jogada de Kerolin, que acabara de entrar na vaga de Gabi Nunes. A atacante brasileira rolou para que Gabi Portilho chutasse cruzado, mas à direita do gol adversário.
As francesas chegavam sempre pelo lado esquerdo da defesa brasileira. E foi assim que, aos 27, tiveram mais uma oportunidade.
Cascarino fez a jogada e arriscou a finalização, mas Lorena espalmou para garantir o empate.
A defesa francesa bobeou e Gabi Portilho se aproveitou, apareceu entre Mbock e Élisa de Almeida, e ficou com a bola. Sozinha, a atacante brasileira entrou na área e chutou na saída da goleira francesa. Era o gol da classificação.
Durante os 16 minutos de acréscimos, a França foi para o tudo ou nada. Pressionou, finalizou e tentou. Mas nem a força da torcida foi capaz de tirar a classificação brasileira.
Agora, a Seleção de Arthur Elias terá a chance de se redimir da fase de grupos. O reencontro com a Espanha, valendo vaga à final, será na terça-feira (6), às 16h, no Estádio Velódrome.
Por: Carolina Freitas/ Gaúcha Zh
