Paulo Azi vai aos EUA assistir ao jogo do Brasil, mas não ao Carneirão - Por Paulo Dias

O colunista do portal Pereira News traz uma importante leitura e reflexão sobre o inusitado flagra do deputado federal baiano na terra do Tio Sam

Paulo Azi na Califórnia assistindo ao jogo do Brasil. Tudo certo, foi com o dinheiro dele, não está envolvido em corrupção, não viajou em jatinho cedido por algum empresário. Mas por que isso não nos desce bem, será que é inveja? Acredito que sim, mas pode ser algo mais. A mesma sensação me vem quando sei que filhos de políticos locais fazem faculdade na Europa e nos próprios EUA.

Acho que se deve ao fato de que o conjunto das ações políticas nos tira a possibilidade de lazer e de uma boa educação. Saber que o político desfruta de algo muito sofisticado quando o povo tem que se conformar com serviços e produtos de baixa qualidade ou com a escassez destes é incômodo.

Contudo, se Paulo Azi faz o possível e o impossível para que o povo tenha o melhor, então é ainda mais justo que ele desfrute do regalo. Gandhi, quando se deslocava de trem ao se dirigir à capital da Índia para resolver questões cruciais para toda a nação, quiseram lhe dar um carro de presente, ele disse: - Jamais terei um automóvel enquanto houver um indiano passando fome.

Nessa linha, vem a defesa de uma lei de que político e filho de político deveriam usar o SUS e a escola pública, certamente estas melhorariam de qualidade, óbvio. Mas sabemos que Paulo Azi, nos últimos anos, figurou como campeão de emendas parlamentares para Alagoinhas. Seria bom também assistir ao Atlético no Carneirão e acompanhar uma final na LDA. Este contato mais próximo com o povo lhe falta e lhe faz falta.

Alguns podem relembrar a questão dos precatórios do terminal coletivo. Isto já me incomodou bastante, não mais, esta pendência é simples. A família errou ao permitir que construíssem em seus terrenos, resolveu tardiamente reverter a perda, qualquer um faria isto, quem abriria mão de algo para o Estado que tudo nos tira?

Se há algo de errado, são as famílias que se beneficiam com aluguéis de secretarias e órgãos públicos. Há também jornalistas que mais ganham pelo que omitem do que pelo que divulgam ou informam. Nesta linha, muita gente ganhou dinheiro com décadas de sucateamento do Bião e da BR-101, velhos tempos.

Estar em um estádio de luxo nos EUA, enquanto uma cidade inteira encontra-se apreensiva com o impasse de saber se o seu candidato a prefeito estará elegível ou inelegível pode, com alguma forçação de barra, denotar falta de sensibilidade. Ou então, ele está tranquilo, pois sabe que PC estará no páreo este ano ou que pode transferir votos para um substituto. Eu sinceramente não vejo com bons olhos nem as viagens nababescas do Lula e da Janja, nem a ida de um parlamentar para ver um jogo no exterior ou colocar seus filhos em faculdades americanas e europeias, acho que vai de encontro ao espírito público, enfatizado por Gandhi. Política deveria ser um monastério, sem celibato.

Foto: Divulgação / Redes Sociais / Sportv

Por: Paulo Dias - Jornalista e colunista do Portal Pereira News / DRT/BA 1903

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem

RECENTES