Confira a coluna inédita do jornalista Belmiro Deusdete
Foto: Roberto Fonseca / SECOM / PMA |
Tudo indica que Alagoinhas faz uma tremenda força para reforçar a tese de que, na Bahia, as coisas andam devagar, quase parando.
Pelo menos, esta é a ideia que se desenha diante do primeiro aniversário do desabamento parcial sofrido pelo viaduto da Rua do Catu em 9 de abril de 2024.
Naquela data, até que as providências foram imediatas, com interdição da área e outros babados, através da Secretaria de Infraestrutura, Corpo de Bombeiros e antigo SMTT (atual SMT), e providenciada a avaliação do estado em que ficou o viaduto, sua estrutura e as possibilidades de recuperação, talvez até visando tão somente a segurança de transeuntes e veículos que circulem por ali.
Até mesmo o então prefeito Joaquim Neto e a deputada estadual Ludmilla Fiscina entraram em campo junto à Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia visando à recuperação do viaduto o quanto antes, tendo em vista que a sua construção faz parte da rodovia BA-504, que liga Alagoinhas e Aramari. Porém, foi só isso.
De lá para cá, nada foi providenciado para recuperar o importante equipamento que serviu para facilitar a circulação de veículos naquela área, embora moradores da Rua Marechal Bittencourt reclamem dos naturais prejuízos que a obra trouxe para suas residências, imprensadas, sufocadas, desvalorizadas e até colocadas em relativa situação de risco.
Decorrido um ano sem que nada fosse feito, apesar dos novos transtornos para aquela movimentada região, principalmente para a Rua do Catu — beneficiada com o surgimento de diversos condomínios residenciais, Teresópolis e adjacências, que são afetadas pelo crescente movimento do trânsito entre nossa cidade, Aramari e outros municípios —, a situação voltou a ser discutida.
As opiniões agora são as mais diversas entre os munícipes, no rádio, nas redes sociais e até na Câmara Municipal, em busca da melhor solução para o destino do fatídico equipamento viário.
A discussão aumentou em torno do seu destino, entre a recuperação, acrescida de uma requalificação mais ajustada às necessidades atuais, ou a demolição, com o aproveitamento do espaço para construção de praça, expansão do setor comercial ou criação de alguma estrutura pública que atenda aos anseios da população, porém voltada para a melhoria da mobilidade urbana tão engarrafada.
É bom lembrar que o viaduto da Rua do Catu foi um dos quatro projetados pelo Governo Federal no início do atual século, durante a gestão do prefeito Joseildo Ramos, sendo os outros no centro da cidade, ligando a Praça Padre Alfredo ao Jardim Pedro Braga e nas ruas 15 de Novembro e 2 de Julho, para facilitar na passagem da linha férrea.
Infelizmente, o projeto foi iniciado por uma área que ainda não estava sufocada pelo trânsito e da qual fazia parte uma passarela que não foi aceita pela população, tanto que foi demolida pela própria população.
Por outro lado, as gestões seguintes, comandadas pelos prefeitos Paulo Cézar e Joaquim Neto, não se interessaram em fazer o projeto alcançar sua plenitude e os demais viadutos foram descartados.
Agora, com novo governo municipal, o assunto volta a ser discutido.
O prefeito Gustavo Carmo já esteve buscando ajuda para uma solução junto ao governo estadual e conversado com a Conder. Porém, não seria uma boa hora para discutir com a população sobre qual a solução mais viável para este dramalhão?
Recuperar ou demolir?
Eis a questão!
O que se espera é que, seja qual for a decisão, as medidas sejam adotadas o quanto antes, até porque o acelerado crescimento do movimento viário da cidade exige soluções urgentes e definitivas.
É hora de apagar a sua primeira velinha de aniversário e meter a mão na obra, acabando com os problemas e os sobressaltos que o viaduto está oferecendo a contragosto.