Em sua coluna da semana para o Portal Pereira News, o engenheiro agrônomo questiona e aborda sobre as possíveis soluções para a organização, estruturação e desenvolvimento da tradicional feira alagoinhense
Na imagem: Central de Abastecimento de Alagoinhas Foto: Reprodução / WEB / Google Imagens |
Recentemente, li uma matéria em um site local sobre uma reunião entre representantes da Associação dos Feirantes de Alagoinhas e uma representação da prefeitura, onde foram apresentadas diversas demandas para a melhoria do funcionamento da central. Estiveram presentes dois secretários municipais e o diretor da central, entre outros. O prefeito não se fez presente por estar cumprindo um compromisso fora do município.
Só não digo que o resultado será pífio ou infrutífero porque vivemos uma nova gestão e, com pouco mais de trinta dias no cargo, o prefeito Gustavo Carmo merece um voto de confiança da população.
Já vimos pleitos semelhantes em outras gestões, e os prefeitos se contentaram em realizar algumas obras setoriais, como os galpões de frutas, de confecções, da agricultura familiar, etc. Após a inauguração da central, 35 anos atrás, a maior obra realizada foi o mercado de carnes, na primeira gestão de Paulo Cézar.
Quando fui secretário da Agricultura, sempre busquei internamente que o setor de elaboração de projetos da prefeitura (Secretaria de Planejamento) colocasse no seu foco a captação de recursos federais para a requalificação total da central de abastecimento, contemplando a substituição de toda a rede de drenagem e de esgoto; a ampliação vertical do galpão principal para reorganização espacial dos permissionários, agrupando-os conforme a natureza de seus negócios; o alargamento dos corredores de trânsito dos fregueses; a renovação do piso com material de alta resistência, etc. Na parte externa, havia a necessidade de cuidar da ampliação do estacionamento, recuperando a área invadida por barracas e requalificando toda a Avenida Lourival Batista, reforçando a cobertura do canal para alargar as duas pistas, possibilitando a abertura de centenas de novas vagas para automóveis.
Os recursos para investimentos em centrais de abastecimento existem no Ministério da Agricultura e até no Ministério do Turismo, mas o prefeito anterior nunca priorizou essa grande reforma, embora tivesse um mandato de oito anos e facilidade na Câmara de Vereadores para contrair empréstimos.
Acredito que Gustavo Carmo, tendo um especial apego à central de abastecimento, por ser ela o maior legado deixado por seu pai, Judélio Carmo, dará especial atenção à mesma, inclusive já tendo anunciado a necessária ampliação das vagas de estacionamento, com a requalificação prevista da Avenida Lourival Batista.
Alagoinhas, cidade de médio porte, com população estimada em 160 mil habitantes, não pode continuar passando vergonha com uma feira popular tão degradante.
Quanto ao título deste artigo, eu acho que a central de abastecimento tem jeito no quesito modernização de sua estrutura física, mas, no aspecto humano, olhando quem se apossou dela, fazendo moradia ou reservando espaços para aluguel a terceiros, ou praticando venda de drogas e prostituição, não tem jeito. Salvo se uma nova central fosse erguida fora do centro da cidade.
O autor é engenheiro agrônomo, ex-gerente regional da EBDA, ex-vice-prefeito de Alagoinhas e escreve crônicas para este site.