INOVAÇÃO está no centro do debate nas eleições para prefeito em Alagoinhas - Por Paulo Dias

O conceito que está no centro das pré-campanhas em véspera das convenções partidárias é INOVAÇÃO. Isto acontece porque o pré-candidato do PSD, Gustavo Carmo, já tinha esta visão de atualizar o setor de ensino com práticas ligadas a tecnologias digitais. Outro que traz novas ideias neste horizonte é Leandro Sanson, do Partido Novo, inclusive, este se queixa de plágio por outros postulantes. Contribui com este clima ou tendência, Ednaldo Sacramento, que não pensa em tecnologia propriamente, mas em uma revolução administrativa com uma democracia radical, onde as decisões são tomadas por conselhos de profissionais e por instâncias representativas dos bairros da cidade, em uma participação cotidiana. Criticam a chapa Paulo Cezar/Roberto Torres por supostamente estarem defasados demais para conduzir esta pauta, embora existam pessoas no grupo com capacidade para tanto.

A inteligência artificial já começa a fazer parte do nosso cotidiano e vai longe, força este tipo de questionamento. O cenário que naturalmente se desenhou já coloca por si mesmo uma indagação  fundamental, informatizar a gestão parece ser um imperativo, mas como? Acompanhando o raciocínio de Sacramento, é preciso também avançar com a adoção de uma estrutura mais participativa. Então, existem dois usos de tecnologia na gestão, um que pode contribuir com a centralização das ações e outro que progressivamente favoreça a ampla contribuição popular. Tornar mais ágeis as rotinas é bem-vindo, mas dotar os serviços de maior transparência, reconhecendo as peculiaridades das comunidades parece imprescindível, considerando que a democracia não é algo pronto, acabado, estático, mas algo permanentemente inacabado, flexível e móvel. O caminho seria mesclar o que pensa Gustavo, Sanson e Ednaldo.

Neste sentido, seria importante que no final da campanha, os candidatos declarassem quais ideias dos adversários seriam aplicadas em suas respectivas e futuras gestões. Mas também se os candidatos acharem que INOVAÇÃO seja uma palavra mágica que tudo resolve, pode-se deixar de lado atividades que são essenciais, existem desde que o mundo é mundo e independem de tecnologia. Pensar em inovação tecnológica é tão importante quanto existir programas para conter os aspectos negativos que ela traz. O ebook é bem-vindo, mas o antigo contador de histórias/estórias é fundamental. Muito bom ter acesso a um acervo infinito de filmes e músicas, mas nada substitui a prática musical, o teatrinho escolar, a banda de música local mesmo que desafine um pouco. O mesmo pode se dizer dos jogos eletrônicos comparados às brincadeiras milenares. A tecnologia não pode ser um fim em si mesmo, nem desconsiderar as atividades presenciais, olho no olho, pele na pele, sentimentos compartilhados etc.

Percebi também que esta febre de INOVAÇÃO tende a escantear projetos importantes como a escola em tempo integral,  que ela vá sendo esquecida como as creches, que foram tão reivindicadas e das quais quase já não se fala. O Governo Federal criou o programa Pé de Meia, e nada disse ainda nada sobre o ensino em tempo integral. Outra discussão importante é o encaixe entre a escola em tempo integral e o ensino a distância.  Seria muito detalhamento para uma eleição, mas que os candidatos saibam posicionar minimamente o problema e possam traçar as linhas gerais da solução.  Bom, pelo menos, a capacidade intelectual será requisito importante para escolha do futuro prefeito. Soube que uma das rádios da cidade vai promover debate entre os postulantes, que se preparem para este tema, sem plágios.

Foto: Getty Images / Stockphoto

Por: Paulo Dias - Colunista do Portal Pereira News

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